Gripe H1N1


1. Qualquer pessoa pode fazer a vacina?

As vacinas são indicadas principalmente para os indivíduos com mais de 60 anos e portadores de doenças crônicas, sabidamente os grupos com maior risco de desenvolver complicações e, conseqüentemente, maior risco de morte. Sabendo disso, o governo faz campanhas anuais de vacinação para gripe.

No ano de 2009 tivemos a pandemia de gripe por uma nova cepa do vírus da Influenza chamado de H1N1, que foi também denominada de gripe A, inicialmente chamada de gripe suína. Este vírus, com características novas, comprometeu mais os jovens sem nenhuma doença, gestantes e obesos além dos portadores de doenças crônicas. Comprometeu raras pessoas com mais de 60 anos. Estas informações do comportamento da pandemia e o conhecimento prévio dos indivíduos mais atingidos pela Influenza fizeram a base para a recomendação de vacinação para H1N1 já que não há vacina disponível para todos os brasileiros.

2. Quais critérios foram utilizados para definir quais são os grupos de risco?

Os critérios utilizados foram definidos pela Organização Mundial da Saúde e baseados nas informações obtidas da literatura médica, em que já se sabia que os indivíduos com doenças crônicas, gestantes e aqueles com a imunidade comprometida são os mais atingidos. Baseado no perfil dos casos que ocorreram no Brasil no ano passado o Ministério da Saúde acrescentou ainda crianças de 6 meses a 2 anos e jovens saudáveis de 20 a 39 anos.

A vacina confere proteção acima de 80% nos indivíduos cuja imunidade está preservada. Isso significa que naqueles que tem a imunidade comprometida a eficácia da vacina será menor, mas oferecerá proteção suficiente para reduzir a chance de infecção e de complicações pela Influenza H1N1. Por isso é extremamente importante que os imunodeprimidos (Aids, transplantados, usuários de quimioterapia, etc... se vacinem para estarem protegidos.

3.Quando devo fazer a vacina para a Influenza H1N1?

Deverá ser observado o calendário do Ministério da Saúde para os grupos definidos conforme abaixo:

A primeira fase da vacinação contra a nova gripe vai ocorrer de 8 a 19 de março. Nessa fase, serão imunizados os trabalhadores da rede de atenção à saúde e profissionais envolvidos na resposta à pandemia e a população indígena. Entre os trabalhadores, estão médicos, enfermeiros, recepcionistas, pessoal de limpeza e segurança, motoristas de ambulância, equipes de laboratório e profissionais que atuam na investigação epidemiológica. A vacinação dos indígenas abrangerá a totalidade da população que vive em aldeias e será realizada em parceria com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

A segunda etapa, entre 22 de março e 2 de abril, abrangerá grávidas em qualquer período de gestação, pessoas com problemas crônicos (exceto idosos, que serão chamados posteriormente) e crianças de seis meses a dois anos. Na lista, entram doenças do coração, pulmão, fígado, rins e sangue; diabéticos, pessoas com debilitação do sistema imunológico e obesos grau 3 - os antigos obesos mórbidos. As gestantes começam a ser imunizadas nesse período e poderão tomar a vacina em qualquer outra etapa.

As crianças de 6 meses a 2 anos devem receber meia dose da vacina e, depois de 21 dias, poderão tomar a outra meia dose.

Adultos de 20 a 39 anos são o público-alvo da terceira fase, que vai de 5 a 23 de abril. A quarta e última etapa, de 24 de abril a 7 de maio, coincide com a campanha anual de vacinação contra a gripe comum. Nesse período, os idosos serão imunizados para a influenza sazonal ou gripe comum, como todos os anos. Se tiverem doenças crônicas, receberão também a vacina contra a gripe pandêmica. A estratégia foi elaborada de forma que a população dessa faixa etária se dirija aos locais de vacinação apenas uma vez.

4. Quais complicações podem ocorrer após a vacina para a Influenza H1N1?

Como a vacina é feita com vírus morto e não tendo alergia a gema do ovo, a única reação que costuma ocorrer é dor local.
Caso a vacina seja com adjuvante (substância para aumentar a resposta imune de defesa) a dor no local da aplicação será um pouco maior. A síndrome de Guillain-Barré que é uma paralisia dos membros inferiores, geralmente de causa viral, pode ocorrer após a vacinação. No entanto, em países que vacinaram antes que o Brasil, a ocorrência desta síndrome após vacinação não foi maior do que a esperada para o período fora da vacinação.

5. Quem não faz parte de nenhum grupo de risco pode pagar para fazer a vacina?

Se as vacinas contra H1N1 estiverem disponíveis nas clínicas privada, sim.

6. Quem faz a vacina contra a Gripe A está 100% imune a ela? Está imune também à gripe comum? É necessário também fazer a vacina da gripe comum?

Os indivíduos vacinados contra a Influenza H1N1 estarão imunes ao H1N1. Para estar protegido da Influenza sazonal ou gripe comum, precisará fazer a vacina da Influenza Sazonal.

7. A imunidade dura quanto tempo?

Para a Influenza sazonal ou gripe comum a vacina deverá ser renovada anualmente, já que o vírus sofre mutações anuais. Se o H1N1 sofrer mutação, no próximo ano deveremos fazer novamente a vacina, que na sua preparação deverá incluir esta nova cepa. Até o momento ainda não sabemos se haverá esta necessidade, mas pelo comportamento da Influenza é provável que sim.

8. Há alguma contra-indicação da vacina da Gripe A e da vacina da gripe comum? Por exemplo, pessoas febris, que estejam gripadas ou com algum problema de saúde podem fazer a vacina?

A única contra indicação é a alergia a gema do ovo. Pessoas com febre devem aguardar a resolução da febre para fazer a vacina, mas estar gripado não impede a vacinação.

Fonte: Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT)

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